Mestre
Paulo Freire
19 DE SETEMBRO DATA DO
SEU ANIVERSÁRIO
“Eu
sonho e luto por coisas ainda impossíveis, mas faço o que é possível porque
acredito na impossibilidade do possível hoje.”
(Paulo Freire)
Motivos
teríamos de sobra para celebrar a vida “daquele” que foi cidadão do mundo,
sinônimo de vida, alegria, cidadania e dignidade. Manancial de lucidez e
afetividade, mestre que mais aprendeu do que ensinou, homem que amava a sua
inconclusão, que tinha esperança como “imperativo existencial e histórico.”
Militante cotidiano da Educação que humaniza e liberta. Constante e eterno
leitor da vida.
Paulo
Freire nasceu em Recife e foi alfabetizado com gravetos à sombra das
mangueiras. Foi professor de Língua Portuguesa no Colégio Oswaldo Cruz, onde estudou.
Foi diretor do Departamento de Cultura do SESI durante muito tempo. Formou-se
em direito, mas não exerceu a profissão, pois descobriu que queria mesmo era
ser um educador comprometido com o povo. Casou-se com Elza e com ela teve 5
filhos. Em Angicos desenvolveu um método que possibilitou para 300 camponeses,
em 45 dias se alfabetizarem. Por isso foi considerado “subversivo”,
simplesmente porque propunha uma Alfabetização para a Conscientização. Foi
preso e exilado. Longe do seu país, conseguiu espalhar suas concepções de
educação pelo mundo.
Com
a anistia, volta ao Brasil e reaprendendo o seu país, Paulo Freire torna-se
professor da Pontifícia Universidade Católica- PUC e depois é convidado para
assumir a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo no governo de Luíza
Erundina. Escreveu vários livros: Pedagogia do Oprimido; Pedagogia da
Esperança; Pedagogia da Indignação, dentre outros.
Para
Paulo Freire, o Diálogo é a atividade pedagógica por excelência.
É
desnecessário descrever detalhes de sua personalidade, pois não há professor
que nunca ouviu falar de Paulo Freire. Um dos mais importantes educadores
contemporâneos, conhecido e premiado em todo o mundo. Ele acreditava que era
possível fazer educação neste país, resgatando o respeito e a dignidade de
homens e mulheres. Vislumbrava e sonhava com a inserção dos mesmos na
sociedade. Esse sonho para ele, não se desvinculava da realidade.
Paulo
Freire era movido por dois sentimentos antagônicos: o amor e a indignação,
emoções éticas que impulsionam ações éticas, como a de ser exilado de seu país
por ter cometido o “crime” de plantar consciência e se preocupar com a
superação do ANALFABETISMO, ajudando homens e mulheres a enxergarem não apenas
as letras, mas, sobretudo a realidade.
Se
estivesse vivo, com certeza estaria indignado em saber que trinta e cinco
milhões de jovens e adultos ainda não fazem uso da palavra, não têm o domínio
desse importante instrumento de inserção social. Estaria também indignado com a
incoerência dos discursos, com a distância entre o que dizemos e fazemos, com a
escola que não ensina crianças e adolescentes, com o texto fora do contexto e
como pretexto o descaso com a educação.
Por
isso, hoje elegemos, esse educador singular, como tema gerador do nosso
reconhecimento pela luta em defesa de uma prática educativa democrática,
humanizadora e crítica.
O
Diário Oficial da União publicou dia 16.04.2012 a Lei que declara o Educador
Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira. O Projeto de Lei foi aprovado no
início de março pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, em
decisão terminativa, por unanimidade.
Parabéns! Paulo
Freire! Esse é o presente que todos nós educadores e educadoras dedicamos
a você a tarefa de “re-criá-lo” e torná-lo mais conhecido, reconhecido, respeitado
e valorizado.
"O sonho pelo qual brigo exige que eu
invente em mim a coragem de lutar ao lado da coragem de amar"...
(Paulo Freire)
* Texto de Tatiana
Rocha Cruz – Pedagoga e técnico do Programa Brasil Alfabetizado- PBA/ SEDUC