sexta-feira, 5 de setembro de 2014





   
                                      
       
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS ,ADULTOS E IDOSOS: PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO

     O analfabetismo nem é uma “chaga,”, nem uma “erva daninha”, nem tampouco uma enfermidade, para ser erradicada, mas uma das expressões concretas de uma realidade social injusta”.
             Paulo Freire.

       
    Foi assim que Paulo Freire pensou o processo de alfabetização: como ’’DIREITO’’, direito de aprender em qualquer idade, pois oaprender não é um ato findo, é exercício permanente de renovação, libertação, diálogo, autonomia, respeito e humanização.
  Para ele, aprender a ler, alfabetizar-se, é, antes de tudo, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não a manipulação mecânica de palavras, mas uma relação dinâmica que vincula linguagem e realidade. A mera decodificação do BA - BE - BI - BO - BU só tem sentido se forem fonemas ligados aos momentos históricos e existenciais das experiências vividas pelos educandos.
   A essência da alfabetização proposta por Paulo Freire deve estar sedimentada no compromisso ético, político e pedagógico. O pensar libertador e crítico sempre permeou sua prática ao longo de sua militância educacional.
   O trabalho realizado pelo educador Paulo Freire com a alfabetização de Jovens, Adultos e idosos, foi, sem dúvida, seu maior legado. A experiência realizada na cidade de Angicos (RN), que originou o Plano Nacional de Alfabetização, completa 50 anos, e o Brasil continua apresentando índices de analfabetismo elevado, como revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD - 2012. O número de analfabetos de 15 anos ou mais, aumentou de 12,9 milhões para 13,2 milhões de pessoas, se comparado com o ano de 2011. Paulo Freire morreu e não viu seu sonho concretizado: um Brasil livre do analfabetismo.
     É notório que muitos avanços na área da Educação de Jovens, Adultos e Idosos já foram efetivados, todavia o desafio ainda é grande e as responsabilidades precisam ser compartilhadas. Dentre esses avanços, podemos destacar o Programa Brasil Alfabetizado - PBA, criado em 2003, com o objetivo de universalizar a alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos de 15 anos ou mais, possibilitando a progressiva continuidade dos estudos em níveis mais elevados, promovendo o acesso à educação como direito de todos em qualquer momento da vida. Ao longo desses anos, o referido Programa vem trabalhando no sentido de fomentar ações concretas que possibilitem a oferta de uma educação de qualidade.
     A luta pela alfabetização é um direito que não prescreve, não é um esforço inútil. Os (as) analfabetos (as) não podem ficar faltosos desse direito de cidadania. Precisamos, com urgência, recuperar a dignidade daqueles (as) que têm sede e pressa de aprender.

     Essa é a melhor homenagem que podemos prestar ao educador Paulo Freire,ele que tanto lutou para mudar essa realidade.


*Tatiana Rocha Cruz  
(Técnica do Programa Brasil Alfabetizado)

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